Barolo e Barbaresco, o reino da casta Nebbiolo
O Piemonte é uma região grande, no norte ocidental de Itália, a 60 quilómetros da costa mediterrânica ocidental. Abarca inúmeras Denominações de Origem, entre as quais se encontram as de Barolo e de Barbaresco, as mais famosas.
As duas DO’s, Barolo e Barbaresco, são vizinhas, repartem a mesma casta tinta, a Nebbiolo, e os seus vinhos têm características muito similares: côr rubi/alaranjada, relativamente pouco intensa, acidez alta e taninos poderosos. Na verdade, em prova cega, é muito difícil distingui-los, mas as diferenças existem, sobretudo na lei: Barbaresco exige dois anos de envelhecimento antes de sair para o mercado, enquanto que em Barolo se exigem três. Este ano extra de envelhecimento ajuda os vinhos de Barolo a suavizarem os seus taninos, que dizem ser mais potentes que os de Barbaresco por causa da natureza dos seus solos (mais calcário e mais marga que em Barbaresco).
Ambas são regiões pequenas. Barolo com perto de 1.800 hectares e Barbaresco com perto de 700. A produção está em concordância, registando-se uma média de produção nos últimos 5 anos de cerca de 11 milhões de garrafas em Barolo e 4 milhões em Barbaresco.
Mas o interessante é que não há muitos produtores de grande escala. O grosso da produção provém de pequenas explorações (há quase 1.300 produtores registados entre as duas regiões) com produções em concordância (não ultrapassam as 20.000 garrafas). Muitas adegas estão instaladas na parte térrea dos proprietários, ou seja, são um “apêndice” natural na vida de cada um deles.
O campo está cheio de suaves colinas ondulantes onde, aliás, estão implantadas praticamente todas as vinhas. As colinas são fundamentais nesta região de clima continental, pois aumentam a exposição solar, o que é crítico para a maturação da Nebbiolo, uma casta muito tardia e que precisa amadurecer muito bem para perder os aromas vegetais.
Fonte: Revista de Vinhos de Portugal